Biólogo Brasileiro é vencedor do prêmio Ig Nobel 2024
Um brasileiro, em 2019, decidiu testar se uma planta conseguiria imitar uma outra planta, mas de plástico, colocada perto. Ela conseguiu e, em 2024, o biólogo Felipe Yamashita ganhou um prêmio Ig Nobel pela ideia e pela pesquisa.
“A grande pergunta é sobre como elas fazem isso, porque as razões são mais claras: elas se camuflam para escapar de predadores, tentam se misturar com outras que não são tão atraentes para os herbívoros”, afirma Yamashita em entrevista à Folha.
Intrigado com os mecanismos por trás da mimetização, ele teve a ideia de colocar à prova uma hipótese controversa e, de certa forma, polêmica dentro da ciência: a de que as plantas, de alguma forma, podem enxergar o que há à sua volta. “Não é uma visão como a humana, mas pode ser um tipo de visão primitiva”, diz o biólogo.
Na imagem, Boquila trifoliolata, A) folha comum da espécie; B) folha mimetizando uma folhagem artificial.
Os cientistas usaram quatro plantas da Boquila envasadas. Eles as deixaram ao lado de plantas de plástico, compradas em uma loja comum de itens de decoração, e perceberam que, depois de mais ou menos duas semanas, as folhas da espécie sul-americana estavam ficando iguais às vizinhas de plástico —até mesmo nos detalhes.
Parece que os cientistas não estão nem perto de descobrir o segredo do mecanismo de imitação da boquila. Mas não tem problema: a ciência se faz assim, com ideias inusitadas, discordâncias, idas e vindas.
Sobre o prêmio IgNobel Criado pela revista Improbable Research, o objetivo do prêmio é “celebrar o incomum, homenagear a imaginação e estimular o interesse das pessoas na ciência, na medicina e na tecnologia”.
O nome da honraria é um trocadilho em inglês com o Prêmio Nobel. “Ig Nobel” pode ser lido como “ignóbil”, que significa algo que não é “nobre”. Portanto, o apelido sugere uma premiação para pesquisas que, embora não sejam “nobres” ou tradicionais, são curiosas por sí só.
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