11 de agosto de 2021
Colaboradores a distância: a nova realidade empresarial
Há aproximadamente um ano e meio, a humanidade mergulhou em uma das maiores crises sanitárias da história. Mesmo sendo diferente das anteriores, tendo em vista a evolução científica, diversos setores foram afetados, tais como o sistema de saúde e o socioeconômico. Entretanto, mesmo com as desavenças, algumas pessoas deram a volta por cima e conseguiram se recolocar no mercado. Com as medidas restritivas ainda vigentes, não conhecer os colaboradores pessoalmente passou a ser realidade. Você saberia como agir nessa circunstância?
Oportunidades em meio à crise
O ano de 2020 foi marcado por uma série de reflexos causados pela pandemia. Dentre eles, o aumento da taxa de desocupação, atingindo 14,7% da população. O valor corresponde a 14,8 milhões de brasileiros, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre abril de 2020 a abril de 2021, em média, 377 pessoas ficaram desempregadas por hora, totalizando 3,3 milhões, de acordo com levantamento realizado pela consultoria IDados.
Perante a atual situação, apesar de aparentar ser inviável conseguir uma oportunidade, Danielle Anhelli, analista de regras de negócios, provou o contrário ao conquistar uma vaga para atuar remotamente. “Mudei de emprego durante a pandemia. Isso foi interessante, pois, mesmo diante do atual cenário, ainda podemos colaborar, aprender e evoluir”. Conforme mostra a pesquisa feita pela Unico, o estilo de contratação a distância ganhou força, registrando um aumento de 87,9%, mostrando a crescente adesão à digitalização.
Vale ressaltar: mesmo com a tendência de aplicação dos recrutamentos virtuais, a presença de um profissional especializado nas entrevistas é fundamental. Para Helenice Resende, gerente de seleção do Nube – Núcleo Brasileiro de Estágios, “a intermediação de um psicólogo, por exemplo, em processos seletivos é elementar por uma série de motivos. Durante a formação básica, eles aprendem técnicas de avaliação para entrevista psicológica, utilização de instrumentos específicos como testes ou inventários comportamentais. Outros pontos são: a escuta ativa, saber ouvir com neutralidade, sem julgamentos ou análises enviesadas e o acolhimento humanizado.”
A importância de uma boa recepção, mesmo virtual
Com o isolamento social, companhias adotaram o home office, a fim de proteger a saúde dos funcionários. A prática abriu portas para talentos, espalhados pelo Brasil e pelo mundo, ingressarem em organizações de outras localidades sem a necessidade de saírem das suas cidades natais. Entretanto, promover uma recepção pela Internet passou a ser um desafio.
Segundo o The Definitive Virtual Onboarding Guide for Distributed Teams, produzido pela Udemy, ter uma experiência positiva no primeiro dia de trabalho pode aumentar a retenção de novos contratados em 82% e elevar a produtividade em mais de 70%. No caso de Danielle, tanto a gerência quanto a equipe optaram por fazer uma videoconferência quando ela começou na empresa, “eles me deram espaço para falar sobre minhas experiências e me apresentar como profissional. Funcionou bem!”.
Outra dica é manter o ritual como é feito no presencial. “Pequenos atos, como entregar um brinde, precisam permanecer. Seja solicitando a retirada no escritório, ou enviando diretamente para a residência da pessoa” , esclarece Skarlett Oliveira, analista de treinamento e desenvolvimento da Crescer. “Promover bate-papos constantes, lives de diferentes temáticas e até momentos de relaxamento, como meditação, são ótimas sugestões para integrar o time a distância”, acrescenta.
Suporte e treinamentos são aliados
Ao longo do período de adaptação, acompanhar a realização de tarefas é essencial. Isso porque, ao passar instruções, quem acabou de entrar adquire maior autonomia e autoconfiança. Miguel Luiz de Oliveira Azevedo, é diretor do site O Vício – O melhor sobre Quadrinhos, Cinema, Séries e Games. Residente de Campina Grande, PB, já contratou mais de 20 redatores desde a fundação da plataforma, em 2011, todos eles de diferentes estados. “Eu passo as primeiras semanas produzindo junto com a pessoa, fornecendo as principais diretrizes e ajudando a pegar o ritmo de serviço. Além disso, dou dicas, tiro dúvidas e tento oferecer todo o suporte necessário”.
Treinamentos também auxiliam, tanto para quem está no início, quanto quem já é habituado com a rotina local. “Isso o fará conhecer as políticas internas, cultura empresarial e ciclo de serviços. Essas ‘aulas’ também são essenciais para orientações comportamentais, capacitações técnicas e sugestões de estratégias para aplicar ao teletrabalho”, acrescenta Skarllet.
A novidade traz consigo o frio na barriga
É comum sentir um pouco de receio, assim como em admissões presenciais, mas rapidamente, de maneira gradual, o sentimento se transforma em segurança. Para Azevedo, “a principal preocupação é não saber se a pessoa será empenhada. Em nosso caso, trabalhamos em turnos, então é necessário atenção e agilidade, a fim de não perder notícias importantes. Esse medo se dissipa após os primeiros dias, pois quem tem compromisso no começo, geralmente o manterá por mais tempo. No fim, o principal indicador de confiança e qualidade será a entrega das atividades propostas.” finaliza o diretor.
Interação e feedbacks
Estimular a criação de conexões entre os integrantes do time é um recurso primordial para ter um bom relacionamento. Seja estipulando um dia na semana para descontrair com algum jogo on-line, conversar sobre assuntos aleatórios pelo Whatsapp e, não menos relevante, incentivar a prestação de assistência.
Por fim, conceder feedbacks periódicos, sendo eles positivos ou negativos, contribuem para o sucesso de toda e qualquer produção ou performance. Ao indicar quais pontos precisam ser aperfeiçoados e incentivar essa mudança, fica mais fácil atender às expectativas e permanecer em constante desenvolvimento.
Diariamente, a tecnologia cria novos caminhos, mas neles são encontradas barreiras a serem superadas. Você já teve a chance de contar com um empregado de outro estado ou país?
Fonte: Nube