26 de maio de 2021
O impacto do lockdown nos processos seletivos
Com o avanço do Coronavírus e o colapso no sistema de saúde em diversos estados do Brasil, novos decretos de lockdown foram publicados com o objetivo de restringir a circulação de pessoas e conter a doença. Em consequência disso, serviços não essenciais precisam adequar suas operações e as estratégias de contratação de novos colaboradores.
Empresas não devem suspender contratações
Para o consultor e especialista em carreiras no mercado financeiro, Ronaldo Cerqueira, essas restrições têm um impacto menor sobre os processos seletivos (PS) atualmente em comparação ao início da pandemia. “Em 2020, vimos o congelamento de muitos PS, mas a tendência não deve se repetir”, explica.
De acordo com ele, não há previsão de cancelamentos de contratações. “Intensifiquei o contato junto às companhias com vagas abertas, sobretudo as do mercado financeiro e não estimam-se essas suspensões. No entanto, pode ocorrer o adiamento das admissões, mas nada para desanimar”, analisa.
Então, a orientação do especialista para quem está com PS em andamento é entrar em contato com o selecionador e se informar se haverá alguma interferência no sistema. “Esse alinhamento é importante para garantir a transparência e dar visibilidade aos candidatos. A comunicação é essencial para todos se sentirem seguros em tempos de tantas incertezas”, complementa Cerqueira.
A tendência é aumentar o universo digital
Nesses tempos conhecidos como “novo normal”, temos visto na mídia diversas notícias de decisões de grandes marcas pelo home office definitivo ou a adoção de um modelo misto de trabalho. Isso é, algumas pessoas em casa e outras fisicamente no estabelecimento – tudo para cumprir os protocolos.
Algumas instituições perceberam ser possível efetuar um ofício a distância em quase todas as atividades empresariais, exceto as de produção e logística. Então, mesmo com a vacina, a tendência é permanecer dessa forma. Sendo assim, muitas entidades preferiram a seleção on-line e devem continuar com esse modelo no pós-pandemia.
Segundo o coach e mentor de liderança e carreira, Jorge Penillo, além de exigirem as hard skills – habilidades técnicas da atividade – e soft skills – aptidões comportamentais – agora as corporações estão pedindo uma nova habilidade: a digital. “Hoje as organizações estão mais interessadas em contratar profissionais com domínio em ferramentas digitais como plataformas de comunicação, por exemplo. Bem como saibam participar e gerir reuniões remotas, criar e editar vídeos, gravar reuniões com clientes e trabalhar o andamento das tarefas em plataformas de gestão de desempenho”, expõe.
As companhias estão com dificuldade de encontrar profissionais capacitados
Segundo a pesquisa global Capgemini Digital Transformations Institute, solicitada pelo LinkedIn, 60% das entidades têm dificuldades em encontrar trabalhadores com essas competências. Ainda, de acordo com o relatório, a busca por indivíduos com foco no cliente (65%), colaboração (64%), paixão por aprender (64%) e habilidade organizacional (61%), aumentou consideravelmente.
Logo, a exigência por conhecimentos dessa natureza começa já na aquisição de talentos. É comum, por exemplo, as vagas solicitarem um vídeo currículo do aspirante, um de apresentação profissional e a participação em dinâmicas digitais. Para o coach, até as perguntas feitas pelos entrevistadores mudaram e, agora, falam sobre autogestão, foco, procrastinação, trabalho sobre pressão, disponibilidade de horário, etc.
Portanto, as novas formas de buscar uma oportunidade virtualmente é o networking e as redes sociais. “Então, o conhecimento do mundo digital se tornou essencial para qualquer carreira e qualquer cargo. Caso contrário, o candidato fica preso em um passado analógico”, finaliza Penillo.
Fonte: Nube